Companhia decide entre vender no País veículos comerciais da Mack, UD ou Renault.
A Volvo lançará uma nova marca no mercado nacional nos próximos anos. A empresa escolherá entre vender no Brasil caminhões UD, Mack ou Renault, que já estão presentes em outros países da América Latina. Roger Alm, presidente da companhia para a região, admitiu a meta de lançar modelos que complementem a gama Volvo em entrevista à imprensa na quarta-feira,19, durante o IAA Veículos Comerciais, mostra do setor que acontece em Hannover, Alemanha.
Apesar de o executivo não admitir, uma possibilidade seria trazer para o Brasil veículos leves da Renault, que surgiriam como opções mais baratas. O plano converge com a estratégia de adaptar os produtos ao mercado brasileiro. O primeiro passo foi o lançamento da linha de semipesados VM em 2006, que tem trajetória de ascensão no segmento.
Ricard Fritz, responsável pelas marcas de caminhão do grupo, demonstra empolgação ao falar dos negócios no Brasil. ″É um mercado maravilhoso e muito importante para a Volvo″, destaca. Para ele, a retração das vendas este ano, motivada pelo início do Euro 5 e pela desaceleração da economia, não é motivo para preocupação. ″Nossos negócios são extremamente saudáveis e, por termos presença mundial, compensamos eventuais perdas em algumas regiões com crescimento em outras″, explica, afirmando que o País é o segundo maior mercado da fabricante, atrás apenas dos Estados Unidos.
O executivo confirmou que os projetos da empresa para o Brasil envolvem o desenvolvimento e adaptação de produtos para interesses específicos da região, como feito com a linha VM. Apesar disso, ele não dá pistas de qual pode ser a nova marca do grupo a ser lançada no mercado interno. A estratégia para a operação nacional conta fortemente com a competência do time brasileiro. ″Temos uma equipe muito bem estruturada localmente que, além de desenvolver produtos para o mercado interno, tem participação na nossa engenharia global.″
O vice-presidente comemora o desempenho da Volvo no País nos últimos anos. Ele compara a estratégia da companhia sueca com a usada pela MAN para alanvancar a Volkswagen Caminhões e Ônibus. ″Assim como eles, estamos no Brasil há muito tempo, mas conseguimos crescimento expressivo a partir do momento em que nos focamos e adaptamos produtos.″ Fritz prefere não divulgar números, mas garante que, depois de conhecer o potencial da região, as metas da empresa tornaram-se ambiciosas. A intenção é abocanhar mais participação de mercado.
Plano de investimentos
A Volvo concluiu no fim de 2011 seu último pacote de investimentos no Brasil, de US$ 250 milhões. Na época, Roger Alm chegou a assumir que a companhia tinha plano ainda maior para o triênio seguinte. A organização, no entanto, decidiu não anunciar o aporte para não causar especulação no mercado financeiro, já que tem capital aberto.
Em breve devem ser confirmados novos investimentos na fábrica de Curitiba (PR), que começará a produzir o novo extrapesado FH, apresentado no IAA 2012. ″Ainda não temos previsão do tamanho do aporte ou de quando o caminhão será nacionalizado. Vamos começar os estudos agora″, explica Sérgio Gomes, responsável pelo planejamento estratégico da operação brasileira.
Mesmo sem números definidos, ele assume que o investimento deve ser grande, já que a fábrica precisará de adaptações significativas. ″Não estamos falando apenas de um facelift. É um veículo totalmente novo″, lembra. A planta paranaense tem hoje capacidade para 30 mil caminhões por ano e opera em dois turnos de produção.
A Volvo também investirá na ampliação da rede de distribuição e na área de serviços, aspectos fundamentais para sustentar o aumento do volume de vendas. A companhia conta com cerca de 80 concessionárias atualmente e pretende ampliar esse número ao ritmo de 10 unidades por ano no médio prazo. Paralelamente, o grupo vai avançar na qualificação de técnicos. Só até o fim de 2013, 1,4 mil profissionais estarão na rede.
A estrutura dará conta da ampliação da demanda por serviços. A Volvo quer aumentar o número de contratos de manutenção com seus clientes. A empresa tem 20 mil vigentes e hoje fecha três novos contratos a cada 10 caminhões vendidos. A meta é ampliar para seis novos contratos a cada 10 veículos comercializados.
Fonte: Automotive Business