quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MERCEDES PODE DISPENSAR FUNCIONÁRIOS TEMPORÁRIOS

Montadora deve tomar medida caso reação em vendas não aconteça.

Após tomar iniciativas como o congelamento de salários, suspensão de contratos de trabalho e programar mais 15 paradas de produção até janeiro, o próximo passo da Mercedes-Benz diante da ainda crítica situação no mercado de caminhões pode ser a redução do quadro de colaboradores em 480 funcionários temporários, caso não haja reação das vendas.

Oficialmente, a empresa diz que não tomou decisão sobre o assunto e que, antes de uma definição, aguarda a resposta do mercado aos últimos incentivos do governo, como a redução para 2,5% ao ano dos juros no financiamento de caminhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).  
  
Esses trabalhadores entraram na montadora há pouco mais de um ano para reforçar o terceiro turno da fábrica, no momento em que a indústria caminhava para o recorde de produção, com 223,4 mil caminhões fabricados em 2011.

Na virada do ano, contudo, a chegada da linha de caminhões menos poluentes, com preços até 15% maiores devido as mudanças no motor para atender às novas regras de emissões, inverteu o cenário e a produção registrou queda de 40,2% no acumulado até agosto.

No mesmo período, numa combinação de resistência das transportadoras aos novos veículos e desaceleração econômica, as vendas caíram 19,3%, atingindo as principais montadoras instaladas no País.

Como os contratos são por tempo estabelecido, a Mercedes-Benz considera que a dispensa dos temporários não rompe o acordo fechado com os metalúrgicos do ABC de não demitir funcionários em São Bernardo. Por sua vez, o sindicato dos metalúrgicos no ABC enfatiza que a principal finalidade desse pacto é a manutenção dos empregos até 31 de janeiro.

Estima-se que o excedente na montadora supere 3 mil funcionários, incluindo na conta os 1,4 mil que estão com contratos suspensos e, por isso, não trabalham na unidade desde 18 de junho. No total, a Mercedes tem aproximadamente 12 mil empregados no ABC, dos quais 8,5 mil nas linhas de produção.

Na projeção da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, os emplacamentos de caminhões devem fechar o ano 19% abaixo do recorde de 2011, quando 172,6 mil unidades foram licenciadas.

Fonte: Valor Econômico