Previsão foi feita na abertura para a imprensa do maior salão de veículos comercias do mundo em Hanover, na Alemanha.
A expectativa é de que a demanda global por caminhões médios e pesados cresça em torno de 50% nos próximos 10 anos, disse hoje o principal executivo da Mercedes-Benz, Andreas Renschler, na abertura das conferências de imprensa do Salão de Veículos Comerciais de Hanover (IAA) na Alemanha. Para o público o evento abre no dia 20 e vai até o dia 27 de setembro.
Renschler também mencionou um otimismo contido, não só nas previsões como esta, de longo prazo: “Em conjunto, esperamos que nossas vendas de caminhões sejam maiores em 2012 do que no ano passado,e nossos ganhos voltem no mínimo a se equiparar aos de 2011. Reiteramos nossa meta de retorno sobre vendas de 8% em todas as áreas de negócios começando em 2013 e mantemos nossa meta de vendas da Daimler Trucksde 500.000 unidades para 2013 e de 700.000 unidades para 2020.”
Apesar da crise por que passam alguns países, principalmente do Sul da Europa, a Mercedes-Benz apresentou números positivos para alguns mercados. Nos Estados Unidos, as vendas cresceram de 10 a 20% em 2012. Em toda região do Nafta (o bloco econômico composto por Estados Unidos, México e Canadá), em agosto as vendas cresceram 27%. No Japão as obras de reconstrução também estão levando a crescimento nas vendas na ordem de 20%.
BRIC – Durante um jantar de boas vindas para a imprensa na noite do dia 17, a Mercedes-Benz dedicou boa parte do evento para os países do bloco Bric (Brasil, Russia, India e China): caminhoneiros representando estes mercados entraram no palco dirigindo veículos das marcas do grupo Daimler. “Embora tenham perdido um pouco de velocidade de crescimento, principalmente a China e a India, nosso balanço ainda é positivo”.
Este ano o Grupo Daimler, que detém a marca Mercedes-Benz, anunciou uma joint venture com a Foton, a maior fabricante de caminhões do mundo. A Foton Daimler é o resultado da união entre as duas marcas para produção de caminhões médios e pesados na China e foi divulgada no início do mês de março. A nova montadora nasce de um investimento de US$ 1 bilhão.
A Foton Motors, principal montadora de caminhões do mercado chinês e a maior do mundo, produz anualmente cerca de um milhão de unidades. O propósito da join venture é complementar a linha de veículos já comercializada pela montadora na China. Os caminhões passarão a ter licença para utilizar, por exemplo, o motor Daimler Mercedes-Benz de 490 cv de potência, e que atende as novas de emissões Euro 5. É esperada a venda de 160 mil unidades por ano dos novos modelos Foton Daimler no mundo.
Sobre a queda nas vendas no Brasil, Renschler avaliou que a implantação das novas normas de motorização Euro 5 levaram a uma queda de 15% nas vendas mas que 2012 ainda será um bom ano com a produção de 130 mil unidades entre médios e pesados. “É um fenômeno temporário e há sinais positivos como as últimas medidas de incentivo do governo, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016” .
E continuou: “Nosso setor tem que ser capaz de resistir aos ciclos. E a nossa vantagem de ser um competidor global é que os mercados mais fortes compensam eventuais quedas em mercados mais fracos”, avaliou o executivo da Mercedes-Benz.
ANTOS – Uma das grandes estrelas do estande de 10 mil metros quadrados da Mercedess-Benz no Salão de Hanover é o novo Antos, uma linha desenvolvida especificamente para distribuição com caminhões pesados. O veículo chega ao mercado com duas versões de cabines e é equipado com motores de seis cilindros em linha e que atendem a legislação Euro VI, além de aumentar os intervalos de manutenção em mais de 150.000 quilômetros .
O novo rodoviário Actros, lançado no mercado europeu no ano passado, também será destaque com novos sistemas “Active Brake Assist” (Sistema de Assistência Ativa de Frenagem), que está em sua terceira geração e proporciona uma manobra de frenagem autônoma para evitar a colisão com obstáculos parados. Outra novidade é o “Predictive Powertrain Control – PPC” (Controle Preventivo do Trem de Força), que liga as informações do GPS sobre a rota à frente com o sistema de mudança de marchas do caminhão. Assim, o veículo é conduzido na marcha que resulta na maior economia de combustível possível.
Além do debate em torno de incentivo aos compradores da nova tecnologia de motores Euro 6, como descontos no pedágio, os novos motores do Actros proporcionariam economia de combustível da ordem de 4,5%.
Tanto o Antos como o Actros estão disponíveis nas novas versões “Loader”, que otimizam a capacidade de carga útil, e “Volumer” que proporcionam máxima capacidade de carga graças a novas alturas dos compartimentos de carga.
No caso do Antos Loader, isso inclui degraus de acesso à cabina em alumínio, janelas dianteiras e cobertura do piso otimizados quanto ao peso, baterias com capacidade reduzida e um reservatório combinado para combustível e ARLA. No Antos Volumer o piso do compartimento de carga foi rebaixado em 80 mm com relação às versões anteriormente disponíveis. A altura interna de até três metros aumenta as opções de carga para os clientes, o que pode significar o transporte de um pallet adicional de produtos.
HÍBRIDOS – A Sprinter também tem novidades no Salão de Hanover: chega equipada com transmissão automática 7G-Tronic de sete marchas, segundo a montadora, única no segmento de vans, oferecendo mais conforto, economia de combustível e dinâmica de direção aos clientes.
Finalmente, destacamos a subsidiária japonesa da Daimler, a Fuso, que apresentará o primeiro caminhão híbrido de sua categoria, o novo Canter Eco Híbrido. O veículo entrará em produção para o mercado europeu na planta da Fuso em Tramagal, Portugal, neste semestre. Graças a sua tecnologia de propulsão alternativa, o modelo de 7.5 toneladas consome 23% menos combustível do que o modelo Canter movido a diesel e representa um grande passo em direção do desenvolvimento dos sistemas de propulsão alternativos.
“Temos falado em tecnologia híbrida mas o Fuso Canter, apresentado em maio no Japão, é realmente viável e tem seu custo adicional coberto com a economia de 3 a 4 anos de uso”, informou Andreas Renschler.
Fonte: Carga Pesada
