Companhia quer aproveitar experiência adquirida no País para avançar no mundo.
O plano de crescimento global da Scania para os próximos anos inclui ofensiva em mercados emergentes e em alguns segmentos, como o de mineração. Para definir esses próximos passos, a empresa garante contar com a experiência adquirida no Brasil. ″Em muitos aspectos o País é mais desenvolvido do que a Europa″, avaliou Martin Luntdstead, CEO da companhia, em entrevista durante o IAA Veículos Comerciais, que começou na terça-feira, 18, em Hannover, Alemanha.
A conclusão do executivo tem como base o período que passou na fábrica da companhia em São Bernardo do Campo (SP). A experiência aconteceu nos anos 90, bem antes de assumir o cargo de dirigente da empresa, em setembro deste ano. Segundo ele, os profissionais brasileiros são mais dispostos e confiantes para inovar. Prova disso são os avanços do País em biocombustíveis e na área de transportes, com o desenvolvimento de soluções como o sistema BRT para ônibus. Há ainda vocações naturais, como a área madeireira e de mineração, que exigiu adaptações dos produtos da empresa sueca.
″O transporte brasileiro é muito sofisticado. Isso agregou muito para a Scania”, explica. Segundo ele, os longos percursos, condições climáticas extremas e a má qualidade de algumas estradas são aspectos muito diferentes dos encontrados na Europa. Diante disso, desde que se instalou no País a montadora teve condições de fazer grandes melhorias na qualidade de seus veículos.
Essa experiência será aproveitada em outros países emergentes. Um dos exemplos é a Índia, onde a fabricante tem plano de instalar uma planta para montar caminhões e ônibus em regime CKD. Os conjuntos serão enviados da Europa e da América Latina, variando de acordo com a disponibilidade de capacidade produtiva.
As quatro fábricas que a organização tem no mundo funcionam como as bases globais da montadora, produzindo tanto para o mercado interno dos países em que estão instaladas quanto para exportações. ″Estamos cada vez mais internacionalizados″, garante o vice-presidente da companhia, Henrik Henriksson. Ele calcula que, há 15 anos, a Europa absorvia 60% do total fabricado nas plantas da companhia. Hoje esse porcentual caiu para 40%. ″O maior crescimento acontece realmente na América Latina, onde vendemos 30% do total″.
A empresa não deve mudar sua atuação depois de ser incorporada pelo Grupo Volkswagen. Assim como faz no segmento de automóveis, a corporação deve manter tanto a VW Caminhões e Ônibus quanto a Scania na área de veículos comerciais para atuarem com perfis diferentes de transportadores. A marca sueca permanecerá com modelos mais premium.
Fonte: Automotive Business