sexta-feira, 20 de julho de 2012

INDÚSTRIA DE IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS REGISTRA DESEMPENHO NEGATIVO NO PRIMEIRO SEMESTRE

Retração nas vendas foi de 9,35%; ANFIR adverte que o setor poderá não ter condições de repetir o resultado de 2011, quando a indústria atingiu seu recorde histórico.

O desempenho da indústria de implementos rodoviários no primeiro semestre de 2012 é negativo. De janeiro a junho as empresas do setor produziram e venderam 82.466 unidades, ante 90.972 produtos fabricados e comercializados no mesmo período de 2011. Isso representa retração de 9,35%.

A causa para a queda é a soma de uma série de fatores. Um deles foi a demora do governo em alterar as regras para concessão de financiamento via Finame para a venda de implementos rodoviários (até abril desse ano a parcela financiável era de 70%). Outro foi a edição de duas medidas, uma em seguida a outra, que apesar de benéficas paralisaram o faturamento do mercado – os clientes seguraram seus pedidos à espera de melhores condições para compra. E finalmente a situação geral na indústria, que em maio realizou o nono mês consecutivo de queda em suas atividades.

Para a ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) isso significa que a perspectiva de ao menos repetir o desempenho recorde de 2011 poderá ficar comprometida. “Teremos pouco mais de cinco meses para tentar reverter a tendência de queda na atividade do setor”, adverte Alcides Braga, presidente da ANFIR.

Segundo o presidente da entidade o setor precisa ser enxergado pelo governo como um segmento diferente dos demais do setor automotivo. “O implemento rodoviário é um bem de capital e diferente do bem de consumo, como o automóvel, o seu desempenho depende que a economia flua como um todo para que o ritmo de produção volte ao normal”, explica.

“Os pacotes de incentivo baixados pelo governo em abril e maio são bem vindos porém não houve tempo para o mercado absorver os benefícios o que acabou gerando paralisia no setor”, diz o presidente da ANFIR. Assim, enquanto a redução de IPI para carros de passeio atrai mais consumidores às revendas e elevou as vendas, não aconteceu o mesmo efeito no mercado de implementos rodoviários, que depende de toda a indústria.

Na história recente do setor de implementos rodoviários não é a primeira vez que há queda no número de emplacamentos no primeiro semestre. Em 2009 houve um período semelhante com resultado negativo. “Foi o reflexo do início da crise mundial e, com a queda no ritmo da produção industrial, o setor de implementos rodoviários sentiu os efeitos imediatamente”, explica Mario Rinaldi, diretor Executivo da ANFIR. Com as medidas baixadas na época, de estímulo ao consumo e a produção industrial, o setor se recuperou.

Segmentos.: No segmento Pesado (reboque e semirreboque) dos 15 modelos de produtos pesquisados pela ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), somente três apresentaram resultado positivo. A queda no segmento Pesado foi de 13,32%.

No segmento Leve (Carroceria sobre chassi), dos sete modelos de produto pesquisados pela ANFIR, apenas um registrou desempenho positivo: Tanque. No geral, o segmento apresentou, de janeiro a junho de 2012, queda de 7,46% sobre o mesmo período de 2011.

Desempenho da indústria de implementos rodoviários desde 2008:

Janeiro a junho de 2012 – 82.466
Janeiro a junho de 2011 – 90.972
Janeiro a junho de 2010 – 75.491
Janeiro a junho de 2009 – 49.386
Janeiro a junho de 2008 – 62.930

Fonte: Assessoria de Imprensa Anfir