Reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (09/05), afirma que carreteiros estão “dando um jeitinho para não serem multados quando trafegam na marginal Tietê fora do horário permitido”. Segundo a matéria, para burlar a fiscalização do radar eletrônico, alguns encobrem e até retiram a placa do veículo. Por volta das 7 horas de ontem, dois caminhões sem placa foram flagrados pela equipe de reportagem, na altura da ponte da Casa Verde. A multa neste caso é de R$ 191,25, além de sete pontos na habilitação.
Caminhões não podem circular na marginal Tietê e em outras 27 vias das 5h às 9h e das 17h às 22h. Nessas vias, a fiscalização é feita por 142 marronzinhos e 27 radares. Por volta das 17h de ontem, ao menos cinco caminhões trafegavam na marginal. A multa para quem desrespeitar a regra é de R$ 85,13 e quatro pontos na habilitação do motorista. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foram aplicadas 81.588 multas até o dia 3 de abril.
O órgão não informou se irá ampliar a fiscalização na via. Norival de Almeida Silva, presidente do sindicato dos caminhoneiros autônomos, diz que a restrição tem prejudicado a categoria, mas que a atitude de retirar a placa é "irresponsável e ilegal".
De acordo com Silva, o tráfego de caminhões no perímetro urbano está sendo discutido com as prefeituras dos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo.
"Governo, indústrias e a sociedade estão implicados nessa questão. Estou vendo boa vontade de muitos políticos, mas não vejo a mesma postura na Prefeitura de São Paulo", criticou.
De acordo com o sindicalista, às sextas-feiras estão ocorrendo reuniões mediadas pela Secretaria de Estado dos Transportes. Quando a restrição ao tráfego entrou em vigor, há dois meses, caminhoneiros interromperam o abastecimento de combustíveis na cidade. O motorista Francisco Hildomar Santos, 53, diz que, para evitar as multas na marginal, caminhoneiros adotam outros comportamentos de risco, como estacionar no acostamento de rodovias. "A disputa por vagas é acirrada."
