O Ministério da Fazenda quer evitar que os elevados estoques acumulados nas concessionárias de veículos e nos pátios das montadoras evoluam para uma crise na indústria automobilística. Uma ação mais decisiva quanto ao crédito pode ser tomada nos próximos dias, por meio da redução de 0,5 ponto ou mesmo de um ponto percentual na alíquota de 2,5% do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que incide sobre o crédito ao consumidor. O governo entende que as políticas para o setor devem se concentrar na liberação do crédito para financiar a compra dos veículos.
Novos estímulos tributários à indústria estão praticamente descartados, uma vez que o espaço fiscal do governo para o ano está comprometido, diante da meta ambiciosa de superávit primário (R$ 139,8 bilhões) a ser cumprida e do ritmo mais fraco da arrecadação.
Novos estímulos tributários à indústria estão praticamente descartados, uma vez que o espaço fiscal do governo para o ano está comprometido, diante da meta ambiciosa de superávit primário (R$ 139,8 bilhões) a ser cumprida e do ritmo mais fraco da arrecadação.
O governo tem dados que mostram que a liberação de recursos dos bancos às concessionárias está mais rigoroso. Como o governo já moveu o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal na redução dos juros nos financiamentos, uma forma de destravar mais o crédito, entendem os técnicos, seria uma medida linear, como a redução do IOF que incide sobre o crédito ao consumidor.
No entanto, representantes da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) têm concentrado seus esforços no Ministério da Fazenda em negociar uma nova rodada de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Na terça-feira (15/05), o presidente da entidade, Cledorvino Belini, se encontrou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No dia seguinte, ambos voltaram a conversar por telefone. Ontem, representantes da Anfavea se reuniram com integrantes do alto escalão da pasta.
Fonte: Valor Econômico