Os caminhoneiros autônomos de todo o Brasil reportam insatisfação e ameaçam uma greve geral para o mês de julho. A articulação do movimento é da Federação Paranaense dos Trabalhadores Autônomos de Cargas. O presidente dessa entidade é o ponta-grossense Neori Leobert Tigrão. E Ponta Grossa, por ter o maior entroncamento rodoviário do Sul do Brasil, é estratégica para a categoria.
Os caminhoneiros, assim como outras classes dos trabalhadores, sentem-se abandonados pelos governos. Além da excessiva carga de trabalho – geralmente mais de 8 horas -, trafegam em estradas ruins, alimentam-se em lanchonetes ou restaurantes sem controle de qualidade e constantemente vivem com o medo do assalto. Não é uma profissão fácil. Muito embora importantes para a cadeia produtiva, não recebem o devido reconhecimento.
A lista de insatisfações pontuadas pela categoria é longa. Uma delas refere-se exclusivamente à Resolução 3658 de 19 de abril de 2011, que proibiu a carta-frete e regulamentou o pagamento do frete por meio eletrônico habilitado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres. O sindicato reclama da ineficácia da medida, reclamando que as empresas não possuem estrutura para atender a demanda e que a resolução é entrave para o motorista autônomo trabalhar.
Consta na lista de reivindicações da categoria o pedido a construção dos pontos de apoio aos caminhoneiros. Nesses locais, construídos em pontos estratégicos da malha rodoviária, serviriam para abrigar os motoristas, em intervalos para descansos, mesmo porque eles não podem ficar ao volante por mais de quatro horas ininterruptas. Sem esses locais, os caminhoneiros se obrigam a parar o veículo em qualquer lugar, sujeitando-se a ser assaltado, agredido ou até mesmo morto.
A reclamação dos motoristas procede. É dever do governo em atendê-los. Se não o fizer, corre o risco de enfrentar uma greve geral que entre outras consequências, afetará em menor ou maior intensidade a economia.
Fonte: Jornal da Manhã