Nova planta será construída em Araraquara para a produção de
vagões e semirreboques.
A Randon investirá
R$ 500 milhões na construção de uma nova fábrica dedicada à produção de vagões
de carga para o setor ferroviário e
de semirreboques para o setor canavieiro. O anúncio foi
feito pelo presidente das Empresas Randon, David Abramo Randon, que assinou um
memorando de entendimentos com o governo do Estado de São Paulo e um protocolo
de intenções com a prefeitura de Araraquara, município do interior paulista
onde a nova unidade será erguida. A cerimônia de assinatura foi realizada na
tarde da segunda-feira, 10, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do
Estado.
O investimento é parte do aporte anunciado em maio deste ano, de R$ 2,5 bilhões, para o período de
De acordo com Abramo, a construção terá início em um ano e sua conclusão está prevista para até dois anos. O executivo destacou a importância e a localização estratégica de Araraquara, que está na rota dos principais trechos do ramal ferroviário do Estado, além de sua proximidade com as atividades sucroalcooleiras. A cidade escolhida concorreu com outros municípios do interior paulista e com algumas cidades em Minas Gerais.
O vice-presidente Erino Tonon explica que a nova fábrica terá duas fases: a primeira é a de construção e implementação de maquinário no terreno adquirido, de 1 milhão de metros quadrados. A segunda fase, com implementação prevista para 2017, após o início da produção, será a transferência gradativa da produção do sul para São Paulo, onde a Randon pretende montar 100% dos seus vagões.
Abramo explica a estratégia: “Nossa intenção é crescer no setor ferroviário e atingir 50% do mercado em até 3 anos, para isso precisamos estar mais perto dos nossos clientes e a cidade de Araraquara tem uma localização estratégica por concentrar parte do entroncamento ferroviário da região. Outra questão é a logística: hoje o custo para transportar um vagão de Caxias para São Paulo está entre R$ 5 mil e R$ 6 mil”, argumenta.
Presente na cerimônia de assinatura, o prefeito de Araraquara destacou a vocação da cidade como maior parque ferroviário da América Latina e disse que o município apoiará a vinda da Randon com investimento em infraestrutura rodoviária, de R$ 10 milhões, em vias de acesso ao local, em parceria com o governo. Já o governador, Geraldo Alckmin, lembrou da já anunciada expansão do setor ferroviário no Estado, como a construção do Ferroanel Norte, que ligará o interior paulista ao Porto de Santos, e do Ferroanel Sul, que abastecerá principalmente a regiões de Sorocaba e Sul do País. As obras foram orçadas em R$ 1,8 bilhão, com parceria público-privada e participação do governo federal. A conclusão de ambas as rotas está prevista para 2015.
O projeto de expansão da divisão ferroviária começou há dois anos e este é o foco do investimento da empresa fora de Caxias do Sul. A empresa teve o apoio da Investe São Paulo, órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, que dá apoio às empresas que pretendem se instalar ou expandir seus negócios no Estado. Com a nova fábrica, a Randon prevê a criação de mais de 2 mil vagas de emprego até 2017.
Enquanto isso, na fronteira
Mesmo com o foco do investimento voltado para o mercado interno, as Empresas Randon pretendem manter e ampliar os negócios além das fronteiras. O presidente Abramo explica que mesmo representando 14% do faturamento, as exportações ensaiam alguma reação, apesar do contexto internacional, puxada principalmente pelo câmbio. A particularidade de alguns mercados e a vantagem de produzir lá fora também garante operações sustentáveis além das fronteiras, movimento que deverá assegurar a expansão prevista pela empresa em suas operações fora do Brasil.
“Temos alguns mercados interessantes, como a África, onde temos três unidades complementares a Caxias: enviamos conjuntos de CKD do Brasil para Argélia, Egito e Quênia. Isso ajuda a sermos mais competitivos.”
O executivo destaca outras operações fora do Brasil, como a da Fras-le, da divisão de autopeças que fabrica componentes de fricção no Alabama (Estados Unidos) e a unidade que mantém na China, que nos moldes das unidades do continente africano monta uma pequena parte das autopeças que a empresa fornece para o mercado local.
A decisão de montar componentes para expandir seus negócios pelo mundo reflete a busca por competitividade e, consequentemente, por gastos menores. Abramo compara o custo Brasil com o chinês: “O envio de componente, seja ele de que natureza for, é muito mais caro se sair do Brasil do que da China: é mais do que claro que do portão para dentro somos muito competitivos no Brasil, mas isso complica quando ultrapassamos os limites territoriais. Para um implemento, o custo logístico do Brasil até determinado país da África é de algo como US$ 300. Saindo da China, esse custo fica por menos de US$
Fonte: Automotive Business