NA FORD, 2013 SERÁ O ANO DOS CAMINHÕES

Companhia lançará seu modelo extrapesado.

Depois de ter um 2012 agitado no segmento de veículos leves, a Ford avisa que 2013 será o ano dos caminhões. A empresa confirmou a chegada de seu modelo extrapesado, que irá complementar o portfólio e integrar um total de seis lançamentos, incluindo novidades para modelos já existentes. O anúncio foi feito em evento para jornalistas na quarta-feira, 5, em São Paulo (SP).

O caminhão terá novo motor, com potência acima de 400 cv, e será o principal destaque da Ford na Fenatran, principal feira do setor do País, que acontece entre outubro e novembro. O modelo chegará com a missão de recuperar a participação que a empresa perdeu este ano. Até outubro a marca reduziu em cerca de 2 pontos o seu market share no mercado nacional. 

“Já prevíamos essa queda quando traçamos nossa estratégia para o início do Euro 5”, explica Oswaldo Jardim, diretor de operações da divisão de veículos comerciais da organização, referindo-se a nova legislação de emissões para o segmento, que entrou em vigor em janeiro. Segundo ele, o movimento reflete a descontinuação da série F e do Cargo de sete toneladas. “Vamos recuperar isso com os lançamentos programados para o ano que vem”, acredita. 

Expectativas 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) será prorrogado até dezembro de 2013. Dentro do programa, o governo garantiu também condições especiais para financiamento pelo Finame/BNDES. No primeiro semestre de 2013 as taxas de juros da linha, que hoje estão em 2,5% ao ano, passarão a ser de 3% aa. No segundo semestre há aumento para 3,5% aa.

A Ford ainda não fez as projeções com base nas novas taxas, que foram anunciadas na tarde desta quarta-feira. Apesar disso, Jardim espera volume próximo do registrado em 2010, o segundo melhor ano para o setor de caminhões. “Devemos vender em torno de 150 mil unidades, com crescimento de 10% a 13% sobre o resultado deste ano”, projeta. A expectativa dele para 2012 é de mercado interno de 138 mil caminhões. 

“Este ano enfrentamos a dificuldade de ter no mercado estoques de veículos Euro 3 e Euro 5. Além disso, a diminuição do crescimento da economia, que reduziu a procura, pressionou as nossas margens, as da rede de distribuição e também dos fornecedores”, lembra. O cenário, no entanto, começou a mudar no último trimestre do ano, quando entrou em vigor a taxa mais baixa para o Finame. 

Jardim conta que as consultas para as compras tiveram crescimento significativo e que a fábrica voltou a trabalhar em ritmo mais estável, com paradas apenas para ajuste da produção. Além disso, o executivo garante que os estoques estão em nível normal. É esse ritmo, sem tantos sustos, que Jardim espera para 2013. 

O executivo também destaca a expectativa de retomada do fôlego da economia, com previsão de crescimento do PIB de 3% a 4%. Para ele, esse será o principal impulso para as vendas. “Independentemente das condições de financiamento, as vendas só acontecem quando há demanda por fretes.”

Fonte: Automotive Business