quinta-feira, 21 de agosto de 2014

FORD TRAZ DE VOLTA A SÉRIE F A PARTIR DE R$ 101.290

Com produção em São Bernardo (SP), dessa vez modelo chega para ficar.

Diante de pedidos dos clientes a Ford traz de volta a família de veículos comerciais Série F, feita na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Lançada em 1975 no Brasil, a linha teve a produção interrompida no fim de 2011, com vendas de unidades em estoque ainda em 2012. Segundo a marca, o retorno dos modelos é resposta a forte demanda do mercado, já que não há concorrentes que atendem ao mesmo segmento no País. “Sinal claro da falta que o modelo fez foi a valorização dos veículos usados na revenda. O preço disparou”, conta Guy Rodriguez, diretor de operações da Ford Caminhões. 

Serão oferecidas três versões: F-350, F-4000 4x2 e F-4000 4x4, com preços que vão de R$ 101.290 a R$ 133.290. Com mais de 170 mil unidades da Série F vendidas no Brasil, o executivo explica que a companhia reconhece a importância modelo, mas a produção teve de ser descontinuada por questão de prioridades para aquele momento. “Quando paramos de fabricar o segmento de semileves até diminuiu. A interrupção foi uma decisão estratégica com base na limitação de recursos”, explica Rodriguez. Segundo ele, na época a montadora precisou investir no lançamento da linha de caminhões com tecnologia de emissões Euro 5, com renovação dos modelos. “Assim que paramos de fabricar a Série F já começamos o projeto para trazê-la de volta.” 

O empenho para voltar a produzir e vender os modelos resultou na aprovação de investimento de US$ 70 milhões para a linha de montagem exclusiva na planta de São Bernardo do Campo (SP), com a geração de 200 empregos. A companhia não detalha a expectativa de vendas, mas se a intenção for manter a mesma média da geração anterior, os emplacamentos devem ficar entre 500 e 600 unidades mensais. Rodriguez está seguro sobre o potencial dos veículos. “A Série F tem características únicas de produto no mercado. Não há concorrentes”, considera.

Para aproveitar a alta expectativa em torno da volta da linha, a companhia realizou pré-venda dos modelos pela internet. Ainda sem a versão 4x4, a Ford ofereceu 10% de desconto e duas revisões grátis aos clientes dispostos a reservar os modelos antes mesmo de eles chegarem nas concessionárias e de estarem disponíveis para test drive. O surpreendente é que a ação, pouco frequente no segmento de veículos comerciais, gerou 800 pedidos em cerca de dois meses. Do total de encomendas, 650 caminhões tiveram a entrada de 10% do valor já paga. 


NOVA GERAÇÃO 

A Série F será oferecida na rede de 140 concessionárias da Ford Caminhões. A montadora aponta que está em negociação com uma série de frotistas interessados e já participa de licitações com o modelo. Na rede a linha chega com garantia total de 12 meses e de 24 meses para o motor sem limite de quilometragem. A Série F pode ser financiada pelo Finame/BNDES e conta ainda com condições de compra pelo Consórcio Ford. 

A expectativa é por maior demanda pela F-350 em regiões urbanas, principalmente autônomos interessados em baixo custo operacional. A F-4000, segundo a fabricante, deve ter uso misto no campo e na cidade por causa de sua robustez. Já a F-4000 tem aplicações mais específicas como o segmento de energia e, segundo a Ford, vai atrair frotistas. 

Os veículos são equipados com motores mais potentes do que os da geração anterior: 2.8 de 4 cilindros com até 150 cv de potência, fabricado pela Cummins com sistema SCR de pós-tratamento para atender a legislação de emissões Euro 5. O propulsor, segundo a montadora, é ainda compatível com diesel B20. A fabricante da Série F aponta ter alcançado redução de 150 quilos no peso no trem de força dos caminhões.  As melhorias da linha atual resultam em queda de 6% no consumo de combustível. Nas medições da Ford o tanque de Arla 32 do veículo, agente a base de ureia utilizado em motores SCR, teve autonomia para rodar até 4 mil quilômetros ou quatro tanques de diesel. A Ford aponta ainda ter alcançado bom resultado na redução da vibração no interior do veículo. 

A companhia não divulga o potencial produtivo para o modelo na planta paulista. Rodriguez detalha apenas que a unidade tem capacidade para fabricar 155 caminhões por dia, considerando toda a linha de produtos. Atualmente a fábrica trabalha em um turno de produção.


Fonte: Automotive Business