terça-feira, 28 de abril de 2015

MERCEDES ADIA DEMISSÕES E GREVE PARA

Montadora estendeu layoff e concedeu novos benefícios em PDVs.

Os trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP) suspenderam a greve iniciada em 22 de abril. Em assembleia na manhã de segunda-feira, 27, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e os funcionários decidiram suspender a paralisação até 18 de maio. A decisão foi tomada após anúncio de proposta encaminhada pela empresa, que inclui o cancelamento das 500 demissões previstas para 4 de maio, prorrogação do layoff de 715 empregados (incluindo os 500 que seriam demitidos) até 15 de junho e abertura de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) para todos os trabalhadores da fábrica. 

Em comunicado, a Mercedes informa assumir 100% dos custos da prorrogação do layoff para colaboradores sem estabilidade e até 30 de setembro àqueles com estabilidade. 

A empresa também decidiu melhorar as condições do PDV e prorrogar até 15 de maio o prazo para adesão ao plano, tanto para o grupo em layoff como para colaboradores em atividade na planta. Serão pagos R$ 55 mil (equivalentes a 12 meses de salário) para o grupo em layoff sem estabilidade. Já para para horistas diretos e mensalistas em atividade, será concedido meio salário por ano de casa com piso de quatro salários e teto de R$ 65 mil. 

“Em 18 de maio já tem negociação marcada do sindicato com a empresa para avaliar o resultado do PDV. Se o resultado reduzir e der conta de administrar o excedente, estará resolvido. Senão, haverá nova negociação e a mobilização será retomada”, afirma o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre. 

O presidente do Sindicato do Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, trata como “boa saída” a solução encontrada: “Com a prorrogação do layoff e um PDV com melhores condições para os trabalhadores, vamos continuar a negociação com a empresa.” 

Além daquilo que pleiteia da montadora, o sindicato também cobra do governo ações de proteção aos trabalhadores e a aprovação de um programa de renovação de frota. Os trabalhadores da Mercedes-Benz entraram em greve após o anúncio de demissão de 500 dos 715 trabalhadores que estavam com contratos de trabalho suspensos por tempo determinado (layoff). 

“Lembramos que a Mercedes-Benz não tem como manter o excesso de pessoas na fábrica de São Bernardo do Campo, sendo 750 hoje em layoff e outro excedente de 1,2 mil pessoas gerado este ano devido à forte retração das vendas de veículos comerciais no País”, conclui o comunicado da fabricante.


Fonte: Automotive Business