segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ANFIR CONTÉM EXPECTATIVAS E ESPERA QUEDA EM 2014

Segundo a associação, vendas de implementos rodoviários podem diminuir 5,5% este ano.

Ao contrário da associação dos fabricantes de veículos, a Anfavea, que espera expansão de cerca de 5% das vendas de caminhões para este ano, a Anfir, que representa os fabricantes de implementos rodoviários, projeta retração do mercado em 2014. A entidade divulgou na sexta-feira, 7, a negativa expectativa de que as vendas encolherão 5,5%, para 173,2 mil unidades. 

Na análise da Anfir, a retração será puxada pela queda na linha pesada, de reboques e semirreboques, que poderá alcançar redução de 10,9%, para 62,5 mil. Enquanto isso os negócios na linha leve, carrocerias sobre chassis, deverão diminuir 2,6%, para 104,8 mil unidades. Se isso acontecer o movimento será oposto ao registrado no ano passado, quando os reboques e semirreboques foram a alavanca da alta de 10,9% nas vendas totais de implementos. 

“Não imaginávamos que o desempenho pudesse ser tão bom. Alcançamos um novo recorde para a linha pesada, de 70,1 mil equipamentos”, aponta Alcides Braga, presidente da entidade. 

O volume elevado reforça a expectativa de que as vendas sofram desaceleração este ano. “A base de comparação é muito forte.” Ainda assim, ele acredita que a interrupção do crescimento de 2013 não trará grandes prejuízos aos fabricantes. “Se a queda ficar dentro do esperado, o setor não será tão afetado porque o volume continua grande. Não prevemos impacto no nível de empregos”, avalia. 

Além da base forte de 2013, colaboram com a expectativa de retração do mercado a incerteza acerca da economia, o Carnaval em março e a Copa do Mundo. “Isso causa uma ruptura no ritmo das encomendas”, analisa. Ainda assim, Braga admite que a entidade pode ser surpreendida positivamente com o crescimento da demanda de implementos e carroceria sobre chassis para atender ao possível aquecimento do consumo causado pelo evento esportivo, com maior necessidade de transporte de bebidas e de alimentos. 

A entidade acredita que houve aquecimento artificial das vendas em 2013, responsável pelo bom resultado do ano, com os juros baixos do BNDES/Finame. “O cliente percebeu a oportunidade e comprou naquele período. Agora vamos deixar de produzir parte do excesso que tivemos em 2013.” Antes de projetar novo crescimento, Braga espera que o mercado de implementos seminovos volte a se aquecer. Segundo ele, o segmento teve desempenho fraco no ano passado, o que também poderá tirar vendas de unidades novas ao longo de 2014. 

O executivo voltou a enfatizar que os autônomos ainda têm grande dificuldade de acesso ao crédito subsidiado do BNDES. “Temos um potencial absurdo na nossa mão, que é promover a venda ao autônomo. Isso poderia trazer um forte crescimento”, aponta o presidente da Anfir. 

REAJUSTE NO PSI

Apesar de os juros do Finame/BNDES continuarem atrativos, em 6% ao ano, com a prorrogação do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), a Anfir acredita que os reajustes feitos terão impacto nas vendas. “O aumento da taxa e a necessidade de dar entrada serão desafios para este ano.” A linha do BNDES, que no ano passado financiava 100% do bem, passou a financiar 80% para grandes empresas e 90% no caso de pequenas e médias. 

A entidade também sentiu os efeitos da demora na regulamentação das regras do PSI para este ano, o que aconteceu apenas no dia 27 de janeiro. “Nesse período estávamos trabalhando com o que foi vendido durante a Fenatran do ano passado”, explica, indicando que os novos pedidos ficaram parados no período. Em janeiro o volume de vendas caiu 7,3% na comparação com o mesmo mês de 2013, para 12,6 mil unidades.


Fonte: Automotive Business