quarta-feira, 6 de março de 2013

FRETES JÁ ESTÃO 21% MAIS CAROS NO CENTRO-OESTE


Neste ano, transporte até os portos custa em média US$ 98/ton.

A colheita da soja ainda está na fase inicial na região Centro-Oeste, mas os valores dos fretes já subiram 21%. O aumento foi provocado pela maior demanda para transporte da safra recorde de grãos e também pela alta nos custos, em função da nova Lei dos carreteiros (12.616), que estabelece tempo de paradas.

Segundo um levantamento feito pela Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais e Algodão) o valor do frete para transporte de grãos até os portos passou de US$ 81/tonelada na safra passada para US$ 98/tonelada nesta safra. De acordo com o diretor executivo da entidade, Sérgio Mendes, em função das deficiências logísticas o frete pago para transporte de grãos no Brasil é 6,5 vezes superior aos valores praticados nos Estados Unidos e na Argentina.

O aumento de 5,4% no preço do diesel nas refinarias, anunciado recentemente pelo governo federal, também teve impacto no valor de frete, segundo o representando da Associação.. Ele lembra que muitos contratos foram fechados no início do segundo semestre do ano passado e que o diesel faz parte dos custos variáveis do frete, que correspondem a 39% do total. "Para quem não fechou contrato, a alta do diesel será uma injeção na veia, vai direto para o custo final", diz ele.

Mendes diz que o setor torce para que tudo corra dentro da normalidade, sem greves ou problemas climáticos que possam prejudicar o fluxo dos caminhões, para que o Brasil consiga exportar o volume recorde previsto de 39 milhões a 40 milhões de toneladas de soja em grão, além de outras 18 milhões de toneladas de milho.

O problema no Brasil, diz ele, é a dependência do transporte rodoviário, que não é o mais indicado para grandes distâncias. Nesses casos, as cargas deveriam ser transportadas por hidrovias ou ferrovias. Segundo a Anec, cerca de 53% da safra brasileira é transportada por rodovia, 36% por ferrovia e apenas 11% hidrovia. Nos Estados Unidos a hidrovia é responsável por 60% do escoamento e as ferrovias, por 35%, restando apenas 5% para o meio rodoviário.

O dirigente comentou que o setor privado está conversando com a Casa Civil para tentar amenizar o impacto da nova Lei dos Motoristas no custo de transporte da safra. Existe movimentação de parlamentares no Congresso Nacional para que o governo edite uma nova Medida Provisória que daria prazo de até cinco anos para que o setor privado possa se adaptar às exigências da nova legislação, como a construção das áreas de descanso ao longo das rodovias federais.

Fonte: Cruzeiro do Sul Online