quinta-feira, 26 de abril de 2012

VW 24.280 DISPENSA ARLA 32, ATENDE EURO 5 E MANTÉM AS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UM CAMPEÃO DE VENDAS

Enquanto todos os caminhões com motorização Euro 5 têm a dura missão de convencer os clientes que possuem vantagens econômicas além das ecológicas, o VW Constellation 24.280 Advantech 6×2, sucessor do caminhão mais vendido do Brasil, o VW Constellation 24.250 6×2, está com a vida bem mais tranquila. O pessoal de engenharia da MAN Latin America, inteligentemente, procurou não mexer muito nas características do campeão e, com uma boa dose de ousadia, resolveu dotar o caminhão com o sistema EGR (normalmente utilizado em furgões e vans).

Aliás, a MAN é a única fabricante que oferece caminhões Euro 5, acima de oito toneladas, que dispensa o tanque de Arla 32. E isso não é pouca coisa, especialmente em um mercado onde, no momento, o que não faltam são dúvidas sobre a nova tecnologia SCR. Acredito que não seja necessário explicar que o sistema EGR não usa o Arla 32 mas não pode prescindir do diesel S-50 para cumprir as metas de emissão estabelecidas pelo Proconve P7.

Quando você bascula a cabina do VW 24.280 o que salta aos olhos é o novo motor com o logo MAN, batizado de D08 de 6,7 litros, seis cilindros e potência aumentada para 271 cv. Há espaço para recirculação dos gases e o bicho ficou mais robusto com dois turbocompressores e sistema de injeção Common Rail.

No primeiro trimestre deste ano o VW 24.250, Euro 3, ainda foi o caminhão mais vendido do mercado. Só em março foram 1.095 unidades comercializadas. Mas o sucessor do campeão pega o bastão com o pé direito e seis unidades já estão rodando na distribuição de bebidas para um cliente do porte da Coca-Cola.

Dentro da cabine, na hora de dirigir, é possível entender porque o sucesso de vendas deste caminhão também está relacionado a algo que engenheiro não costuma dizer, mas os caminhoneiros apreciam: simplicidade. O painel de instrumentos é novo, mas não ficou muito distinto do painel do modelo anterior. São muitas novas funções, em razão das medições eletrônicas do novo sistema EGR, mas as informações permitem entendimento rápido e amigável. E isto é tão importante para o condutor quanto para a saúde do equipamento.

No teste prestamos atenção no que realmente mais interessa aos caminhoneiros: indicador de seleção de marcha, consumo de combustível, rotação do motor, nível de combustível, consumo instantâneo de combustível, horímetro, nível de óleo do motor, temperatura do óleo do motor e, ao centro, o pequeno display do computador de bordo. Batendo os olhos é possível saber, rapidamente, marcha, velocidade ou alerta de alguma falha no veículo.

A tocada merece elogio. O VW 24.280, com a nova transmissão ZF, de nove velocidades, possui proteção contra erros de operação (não permite, por exemplo, que você engate uma marcha não condizente com a rotação do motor). Tentamos forçar uma barbeiragem do tipo: sair de uma nona marcha e engatar uma quarta a 60 km por hora. O que, por certo, causaria danos ao motor e nas engrenagens. A alavanca se posiciona mas assim que você tira o pé do pedal de embreagem o sistema de transmissão ignora o movimento errado e mantém a nona marcha.

Na condução normal, e mesmo naquelas acelerada mais forte, as trocas são macias, e curtas, o que proporciona bastante conforto ao motorista. A cavalaria do motor MAN, quando solicitada, com o pé no acelerador, responde muito bem e o ataque do torque de 1050 Nm proporciona faixa plana mais elástica o que reflete imediatamente em melhor aproveitamento do combustível. Traduzindo: mais economia.

O caminhão responde segura e confortavelmente bem, em grande faixa reta, velocidade constante de 70 km/h com rotação baixa e econômica na faixa verde. E na hora de uma ultrapassagem, a redução é precisa, engate macio e, com leve pressão do pé no acelerador, é suficiente para subir o giro e o motor enche rapidamente entregando real sensação de potência a quem está ao volante.

Com dez toneladas de lastro enfrentamos boas rampas em aclive com total tranquilidade, a estabilidade em curva permite segurança confiável e, nas descidas mais acentuadas, o freio motor no cabeçote, com potência de 200 cv, mantém firme o caminhão a baixas velocidades sem necessidade daquele aperreio de ficar cutucando o pé no pedal do freio.

O Volkswagen Constellation 24.280, da linha Advantech, tem o DNA do campeão de vendas de seu antecessor, com melhorias técnicas eficientes, mas simples, cujo principal objetivo é mantê-lo na liderança do segmento. O fato de usar o sistema EGR em vez do SCR é demonstração clara do velho e sábio ditado “em time que está ganhando não se mexe”. No caso do VW 24.280 foi preciso mexer, é claro, por força da lei, mas mexeram pouco, bem pouco! O que, neste caso, é uma grande vantagem!

Fonte: Brasil Caminhoneiro