segunda-feira, 23 de abril de 2012

PDV NA SCANIA TEVE 100 ADESÕES

A montadora Scania, de São Bernardo, concluiu sábado PDV (Programa de Demissão Voluntária) aberto no dia 2 que, segundo a empresa, obteve a adesão de 100 pessoas, das quais 80 aposentados.

O plano de redução no quadro teria como objetivo readequar a companhia à demanda mais retraída neste ano. A montadora tem cerca de 3.500 funcionários.

O volume de desligamentos pode ser ainda maior. A equipe do Diário esteve na frente da companhia, em horário de saída de trabalhadores, por volta das 16h, e conversou com pessoas que tinham acabado de ser demitidas. Uma delas, que preferiu não se identificar, afirmou que foi pressionada a aderir ao PDV, mas preferiu não fazê-lo, porque tinha doença profissional. Isso lhe garantiria estabilidade de trabalho.

O ex-funcionário disse ainda que, apenas no setor em que trabalha, dez pessoas também foram cortadas ontem, várias delas teriam restrições médicas. "Tenho tendinite e bursite. Conheço gente que tinha problema de coluna e que também foi mandado embora", afirmou. Consultada pela equipe do Diário, a empresa negou que tenha havido desligamentos de funcionários com doença de trabalho.

Ainda segundo esse mesmo empregado, o PDV incluía 70% do salário por ano trabalhado até o limite de 15 anos, ou seja, se a pessoa ganhava R$ 5.000 e tinha 15 anos de casa, terá direito a receber R$ 31,5 mil. "Quem tinha restrição médica, ganhava ainda mais R$ 20 mil", disse. Ele acrescentou que não assinou o pacote para não ter de abrir mão de seus direitos, por ter problemas de saúde adquiridos na fábrica.

A montadora não forneceu informações sobre os detalhes dos benefícios de quem aderisse ao plano de demissões voluntárias. Procurado pela equipe do Diário, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa os trabalhadores da Scania, afirmou que não houve onda de demissões involuntárias na empresa e, se houve cortes, foram pontuais.

Fonte: Diário do Grande ABC