segunda-feira, 14 de abril de 2014

TOTTI VENCE EM PINHAIS COM MENOR VANTAGEM DA HISTÓRIA

O Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck testemunhou neste domingo (13) o desfecho de corrida que apresentou a menor diferença entre vencedor e segundo colocado em 18 anos de história. Líder da temporada, o paranaense Leandro Totti venceu o GP Crystal, segunda etapa, recebendo a bandeirada da vitória no Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais (PR), 62 milésimos de segundo à frente de seu conterrâneo Wellington Cirino.

O equilíbrio atestado pelo cronômetro ilustrou o duelo acirrado travado pelos dois pilotos paranaenses durante os 60 minutos da corrida, segunda das 10 previstas no calendário de 2014 da Fórmula Truck. Foi a menor diferença em 195 corridas já realizadas na categoria, estabelecendo um novo recorde – a marca anterior perdurava desde novembro de 2005, quando Roberval Andrade venceu a etapa de Tarumã, em Viamão (RS), 0s086 á frente e Cirino.

A vitória deste domingo foi a 12ª de Totti na Fórmula Truck, a segunda desde que o piloto paranaense passou a pilotar um dos Volkswagen-MAN da RM Competições – a primeira aconteceu na abertura da atual temporada, no dia 16 de março em Caruaru (PE). Assim, o campeão de 2012 passa a ser o sexto maior vencedor de toda a história da Fórmula Truck, empatado com seu conterrâneo Sérgio Drugovich e com o gaúcho Jorge Fleck.

Além de Totti e Cirino, a cerimônia de pódio do GP Crystal contou com o paulista Felipe Giaffone, piloto do MAN da RM Competições, terceiro colocado, o brasiliense Geraldo Piquet, companheiro de equipe de Cirino na ABF-Santos Desenvolvimento e também piloto de um Mercedes-Benz, e mais um piloto do Paraná, Diogo Pachenki, que cruzou a linha de chegada em quinto lugar com o Volvo da Copacol Clay Truck Racing.

A vitória em Pinhais ampliou a vantagem de Totti na liderança para 28 pontos. Ele passou a somar 61, contra 33 de Piquet, que comemorou sua 100ª participação na Fórmula Truck assumindo a vice-liderança do campeonato. O segundo lugar na corrida elevou Cirino ao terceiro lugar na pontuação, com 29 pontos. Giaffone foi a 25 pontos e passa a dividir o quarto lugar na tabela de classificação com Andrade, que abandonou a corrida.

A CORRIDA

Na largada, o destaque ficou por conta de Roberval Andrade, que saltou de sexto para terceiro. Felipe Giaffone, pole-position, manteve-se na liderança, à frente de Wellington Cirino, segundo no grid. O fechamento da primeira volta deu mostras de que o duelo entre os campeões seria acirrado – cumpriram a reta dos boxes empreendendo ziguezagues na disputa pela liderança, um para defender a posição, outro para atacar.

Totti recuperou o terceiro lugar ainda na linha de chegada. Cirino chegou à primeira posição na reta oposta, superando Giaffone – ainda na volta número dois, na Curva da Vitória, Totti também fez ultrapassagem sobre o pole-position e passou a pressionar Cirino. A disputa entre os dois pilotos paranaenses foi interrompida no início da terceira volta, como consequência de dois acidentes simultâneos, envolvendo Pedro Muffato e Débora Rodrigues.

Muffato teve problemas com a direção, rodou no S de alta velocidade e bateu forte no guard-rail. Seu caminhão chegou a perder contato com o chão. Débora saiu da pista e bateu na proteção de pneus. O Pace Truck foi acionado para resgate dos dois caminhões. Sob bandeira amarela, Valmir Benavides fez um pit stop para troca do pneu traseiro direito, danificado na primeira volta num toque de Renato Martins, que teve danificada a frente de seu caminhão.

Muffato conduziu seu caminhão aos boxes e abandonou. Débora voltou à pista, em 25º lugar. Ainda durante as voltas sob bandeira amarela, a direção de prova deu a ordem para que André Marques fosse para o box para remoção de uma peça que estava solta em seu caminhão. Dada a relargada, já com 18 minutos de prova, Totti voltou a pressionar Cirino, emparelhando os caminhões várias vezes durante a quarta volta válida da corrida.

Foi a única volta sob bandeira verde antes do Pace Truck voltar à pista na intervenção programada para o primeiro terço de cada corrida. Cirino, Totti, Giaffone, Andrade e Geraldo Piquet completavam as cinco primeiras posições, que dão direito a pontos de bonificação. Totti já somava, a essa altura, o ponto de bonificação pela volta mais rápida da corrida, cronometrada na segunda em 1min43s103, com média horária de 129,016 quilômetros.

Os pilotos cumpriram duas voltas em ritmo de bandeira amarela e, dada a relargada, Totti assumiu a linha externa da reta dos boxes e superou Cirino, assumindo a liderança. Ao mesmo tempo, Piquet tomou a quarta colocação de Andrade. Uma volta depois, os três primeiros já abriam quase dois segundos de vantagem sobre o restante do pelotão. Benavides, então em 16º, foi punido com um drive-thru por exceder os 160 km/h de limite no ponto do radar.

Paulo Salustiano, em prova de recuperação depois de largar em 15º, já aparecia em sétimo, fazendo a ultrapassagem sobre Diogo Pachenki depois da intervenção programa do Pace Truck. No mesmo instante, Danilo Dirani, 13º no grid, assumia a nona posição ultrapassando Marcello Cesquim numa manobra que fez com que os dois caminhões se tocassem no S de alta – Dirani recebeu bandeira de advertência da direção de prova.

Beto Monteiro, que tinha seu sexto lugar ameaçado por Salustiano, viu a necessidade de reação e superou Andrade no início da oitava volta. Salustiano tentou acompanhar a manobra na entrada do trecho misto do circuito e, sem trajetória para concluir a ultrapassagem sobre Andrade, teve de direcionar seu Mercedes-Benz para a área de escape, caindo para 12º. Totti baixava o tempo da melhor volta para 1min42s646, com média de 129,591 km/h.

Andrade figurava em sexto na décima volta de corrida, quando a direção de prova puniu-o com um drive-thru por atitude antidesportiva – o entendimento dos comissários desportivos foi de que Andrade tirou Salustiano da pista duas voltas antes. Monteiro, com problemas, tomou o caminho dos boxes, cessando a pressão sobre Piquet, que já estava a mais de cinco segundos de Giaffone, o terceiro. Monteiro voltou à pista ocupando o décimo lugar.

Salustiano voltou à pista mantendo o ritmo forte e fez a volta mais rápida da corrida em 1min42s074, com média de 130,317 km/h. A vantagem de Totti sobre no complemento da décima volta era de um segundo e dois décimos. Com Andrade cumprindo a punição, Pachenki passou a ocupar o quinto lugar, tendo de conter os ataques de Dirani. Salustiano, em sétimo, saiu da pista e caiu para oitavo, sendo ultrapassado por Jansen Bueno.

Com 13 voltas de corrida, a disputa pelo quinto lugar envolvia Pachenki, Dirani, Bueno, Marques e Monteiro – a diferença entre os cinco era de pouco mais de dois segundos. Andrade e Salustiano tomaram o caminho dos boxes, com problemas mecânicos – ambos abandonaram. Ronaldo Kastropil saiu da pista na 14ª volta, ao mesmo tempo em que Michelle de Jesus abandonava a corrida com problemas mecânicos. Era a primeira corrida do piloto.

Bueno assumiu a sexta posição na prova superando Dirani na 16ª volta e, determinado a conquistar o primeiro pódio na categoria diante da torcida de Curitiba, sua cidade, deu início à pressão sobre Pachenki. Marques abdicava da disputa pelo quinto lugar por cumprir uma punição por velocidade excessiva no ponto do radar. Enquanto isso, Cirino começou a diminuir volta a volta sua desvantagem em relação a Totti, reabrindo o duelo principal.

A abertura da 20º volta foi marcada pela terceira intervenção do Pace Truck, motivada pela perda de rendimento de Bueno, que momentaneamente ficou com o caminhão parado na pista – com a bandeira amarela já acionada, o piloto conseguiu pôr o caminhão em movimento e estacionou-o fora do traçado. Débora Rodrigues, com problemas mecânicos, também optou por sair da pista e estacionar o caminhão em posição segura antes de abandonar a prova.

A última relargada foi dada a menos de quatro minutos da bandeirada final. Kastropil tinha uma volta de desvantagem e estava posicionado logo atrás do caminhão de Giaffone, restringindo a disputa pela vitória aos três primeiros – Piquet estava quase dois segundos atrás. Totti manteve a liderança e, antes do complemento da 20ª volta, a penúltima do GP Crystal, viu pelos espelhos retrovisores a aproximação perigosa de Cirino e de Giaffone.

Apesar das manobras de ataque e de defesa de posição que mereceram aplausos do público, Totti, Cirino e Giaffone tiveram suas posições mantidas na última volta. O Volkswagen-MAN de Totti atravessou no contorno da Curva da Vitória e Cirino viu a chance do ataque final. Posicionou seu Mercedes-Benz pelo lado externo da reta dos boxes e os dois paranaenses cruzaram a linha de chegada lado a lado – a vantagem de Totti foi de 62 milésimos de segundo.

RESULTADO E CLASSIFICAÇÃO

Depois de 21 voltas válidas, o resultado final do GP Crystal foi o seguinte:
 1º) Leandro Totti (PR/Volkswagen-MAN), RM Competições, 1h00min12s574
2º) Wellington Cirino (PR/Mercedes-Benz), ABF-Santos, a 0s062
3º) Felipe Giaffone (SP/ MAN), RM Competições, a 0s806
4º) Geraldo Piquet (DF/Mercedes-Benz), ABF-Santos, a 3s829
5º) Diogo Pachenki (PR/Volvo), Copacol Clay Truck Racing, a 4s776
6º) Danilo Dirani (SP/Scania), Ticket Car Corinthians Motorsport, a 5s521
7º) Beto Monteiro (PE/Iveco), Scuderia Iveco, a 5s997
8º) Fabiano Brito (PR/Volvo), ABF Motorsport, a 6s856
9º) André Marques (SP/Volkswagen-MAN), RM Competições, a 7s354
10º) Luiz Lopes (SP/Iveco), Lucar Motorsports, a 9s700
11º) David Muffato (PR/Ford), DF Racing Fans, a 9s331
12º) Marcello Cesquim (PR/Mercedes-Benz), ABF Racing Team, a 10s312
13º) Djalma Fogaça (SP/Ford), DF Racing Fans, a 14s383
14º) Raijan Mascarello (MT/Ford), DF Racing Fans, a 1 volta
15º) Ronaldo Kastropil (SP/Mercedes-Benz), Santa Carolina Racing Team, a 1 volta
16º) Jaidson Zini (PR/Iveco), Dakarmotors, a 2 voltas
17º) Jansen Bueno (PR/Scania), Muffatão, a 3 voltas
18º) Débora Rodrigues (SP/Volkswagen-MAN), RM Competições, a 4 voltas
19º) Valmir Benavides (SP/Iveco), Scuderia Iveco, a 5 voltas

NÃO COMPLETARAM

Paulo Salustiano (SP/Mercedes-Benz), ABF Racing Team, 
Michelle de Jesus (SP/Volvo), ABF Motorsport, a 8 voltas
João Maistro (PR/Volvo), Copacol Clay Truck Racing, a 9 voltas
Roberval Andrade (SP/Scania), Ticket Car Corinthians Motorsport, a 10 voltas
Leandro Reis (GO/Ford), Original Reis Competições, a 17 voltas
Renato Martins (SP/Volkswagen-MAN), RM Competições, a 18 voltas
Pedro Muffato (PR/Scania), Muffatão, a 20 voltas
Melhor volta: Salustiano, na 9ª, 1min42s074, média de 130,317 km/h

A terceira etapa do Campeonato Brasileiro de F-Truck será disputada no dia 18 de maio no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, São Paulo (SP) – a corrida contará pontos, também, pela segunda etapa do Sul-Americano.

A competição entre montadoras, depois do GP Crystal, passa a ter a seguinte classificação:
1º) Mercedes-Benz, 75 pontos;
2º) MAN, 60;
3º) Scania, 45;
4º) Volvo, 32;
5º) Iveco, 30;
6º) Ford, 8.

No Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck, após a realização de duas corridas, a classificação da temporada de 2014 é a seguinte:
1º) Totti, 61 pontos;
2º) Piquet, 33;
3º) Cirino, 29;
4º) Andrade e Giaffone, 25;
6º) Dirani, 22;
7º) Monteiro, 18;
8º) Brito, 17;
9º) Salustiano, 15;
10º) Pachenki, 12;
11º) Cesquim, 10;
12º) Marques, 8;
13º) Benavides, 6;
14º) Maistro, D. Muffato e Lopes, 5;
17º) P. Muffato, 3;
18º) Zini e Fogaça, 2;
20º) Mascarello, 1.


Fonte: Fórmula Truck