Companhia renova time de executivos e avança com estudo de
fábrica de automóveis.
A Mercedes-Benz do
Brasil alcançou a marca de dois milhões de veículos comerciais produzidos no
Brasil. O volume foi conquistado com a produção do caminhão extrapesado Actros
4844 k 8x4, na moderna planta da montadora em Juiz de Fora (MG), inaugurada em
2012, para fabricar caminhões Accelo e Actros.
Em 57 anos de atuação no País, a montadora fabricou 1,37 milhão de caminhões e 630 mil ônibus, a maior parte desse volume foi produzido na unidade de São Bernardo do Campo (SP). Os primeiros modelos a saírem da linha de montagem, em 1956, foram o caminhão médio L 312 e o Chassi de ônibus LP 312.
“Estamos orgulhosos da maior fábrica de veículos comerciais da Mercedes-Benz, fora da Alemanha”, disse Stefan Buchner, presidente mundial da Mercedes-Benz Caminhões, unidade da Daimler Trucks, que veio ao Brasil especialmente para celebrar o marco histórico. “Somos o único fabricante do País a alcançar essa notável marca”, emendou Philipp Schiemer, recém-nomeado CEO da Mercedes-Benz do Brasil e Daimler Latina.
Durante o evento de comemoração, realizado na fábrica do Grande ABC, Buchner fez questão de apontar que a operação brasileira ocupa papel de destaque nos negócios da empresa. “Além de abastecer um dos principais mercados para caminhões da marca, é centro mundial de competência da Daimler para desenvolvimento e produção de chassis de ônibus”, enfatizou Buchner.
A Mercedes-Benz deu um salto histórico na produção de veículos comerciais no País. O plano de investimentos de R$ 1,5 bilhão para o triênio 2010-2013 viabilizou a renovação de todo o portfólio de produtos da marca e a expansão da produção de caminhões para a unidade de Juiz de Fora (MG).
A planta mineira, que fabricava automóveis (Classe A, Classe C e CLC), hoje monta caminhões Actros e Accelo. Na unidade foram adotadas as melhores práticas mundiais de manufatura da companhia em cada uma das etapas produtivas, além de processos inovadores capazes de reduzir significativamente os custos de fabricação. Um parque de fornecedores foi integrado à planta para agilizar a entrega de componentes seguindo o conceito just in sequencee garantindo a sustentabilidade do processo.
NOVA ERA
Após a completa atualização de sua produção, a Mercedes-Benz garante ter entrado em uma nova era. A montadora evita falar em liderança no mercado de caminhões, perdida para a MAN Latin America há quatro anos, mas sinaliza com as mudanças realizadas até aqui que pretende virar esse placar em breve. “Time que joga na primeira divisão mundial não gosta de ficar na segunda aqui ", brinca Schiemer. O executivo garante que um novo plano de investimentos será anunciado nos próximos meses.
Enquanto não define o aporte para a operação nacional, a empresa faz mudanças em seu time de executivos. Além do presidente para o Brasil, Philipp Schiemer, que substitui Jürgen Ziegler, a companhia tem novos COO para a região, Wolfgang Hänle, e vice-presidente de desenvolvimento, cargo assumido por Walter Sladek. A estratégia comercial também deve mudar com a saída de Tania Silvestri da diretoria de vendas e marketing de caminhões, área liderada agora por Gilson Mansur. Ricardo Silva passa a ser responsável pela área de ônibus.
FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS
Durante a coletiva de imprensa, Philipp Schiemer, não deu detalhes, mas admitiu que a matriz na Alemanha e a subsidiária brasileira estudam retomar a produção de automóveis no Brasil. Segundo ele, as conversas com o governo estão bem avançadas. "Estamos convencidos de que é viável, mas ainda não tomamos a decisão. Tudo está sendo feito com muito cuidado", diz Schiemer. O CEO confirma que a nova unidade produtiva poderá ser erguida
Apesar de a empresa não admitir, se instalada no Sul do País, a planta de automóveis poderia aproveitar o parque de fornecedores da BMW, que já assinou protocolo para construir sua primeira fábrica nacional em Araquari (SC). Caso a produção de veículos leves da marca seja definida para o Rio de Janeiro, ela poderá ser feita na fábrica que a Nissan está construindo
Schiemer comenta que os incentivos fiscais fazem parte dos cálculos, mas não são considerados como fator principal para a tomada de decisão. “Até porque esses incentivos fiscais mudam ou acabam um dia e a montadora permanece no local.”, disse. “Estamos mais lentos, porém bem mais criteriosos para fazer o anúncio de uma nova fábrica de carros no Brasil. Pode demorar, mas ganharemos lá na frente”, concluiu.
AQUISIÇÃO HISTÓRICA
Um dos principais clientes da marca Mercedes-Benz no Brasil, a Fagundes Construção e Mineração adquiriu o caminhão Actros de número dois milhões. O grupo do empresário do Rio Grande do Sul possui frota de 500 Actros 4844 K 8x4, o que o torna o maior frotista desse modelo no Brasil, segundo a montadora. Durante o evento, José Fernando Fagundes, diretor comercial, recebeu a chave do veículo, reafirmando a parceria de sua empresa com a Mercedes-Benz. “A presença dos nossos produtos na frota do cliente é extremamente expressiva. Do total de 720 caminhões, mais de 85% são da nossa marca”, contabiliza Gilson Mansur, que assumiu o cargo de diretor de vendas e marketing de caminhões da Mercedes-Benz, substituindo Tania Silvestri.
Fonte: Automotive Business