Lançará duas linhas de pneus, uma para alta performance e
outra para caminhões e ônibus.
A japonesa Bridgestone,
eleita este ano a marca de pneus mais valiosa do mundo, quer conquistar nos
próximos cinco anos a liderança de vendas para o mercado OEM
brasileiro (fornecimento para montadoras), posto atualmente ocupado pela
Pirelli. A informação foi revelada pelo diretor de vendas e marketing da
Bridgestone para divisão de veículos de passeio e caminhonetes, Alexandre
Lopes, na quinta-feira, 20, em reunião com jornalistas.
Um novo plano de investimento para aumentar a capacidade produtiva de suas duas fábricas brasileiras, uma
Hoje, a marca possui 23% de participação no fornecimento de pneus para montadoras brasileiras, mercado que expandiu 42% de 2012 para 2013. Atende Renault, GM, Ford, Volkswagen, Toyota, entre outras. No aftermarket, segmento que cresceu 17% desde o ano passado, a japonesa ocupa a terceira posição, atrás da Pirelli e da Goodyear, com 18% de market share e mais de 550 pontos de vendas espalhados pelo Brasil, número que deve passar para 640 ainda em 2013.
Lopes diz que a participação da Bridgestone crescerá no País por conta das novas linhas de pneus, das estratégias de marketing que têm aproximado a marca dos clientes, como o aumento de comerciais em TV, das negociações com newcomers, como a JAC, conterrânea da Bridgestone em Camaçari, e também por conta do avanço da indústria brasileira de veículos, que encerrou 2012 com 3,8 milhões de unidades vendidas.
“A frota está em franca expansão e o mercado de pneus, em especial o de passeios, não tem demorado para sentir os impactos positivos”, comentou o diretor. Segundo ele, no Brasil há em média um veículo para cinco habitantes. Nos Estados Unidos, há um carro para cada três pessoas. Na Europa, a proporção já é de um para um. “Notamos um potencial de crescimento fortíssimo no País para as montadoras e, claro, para a indústria de pneus, que deve dobrar seu tamanho daqui a dez anos”, apontou.
Otimista, o executivo não vê os pneus importados como fortes concorrentes. “Estamos seguros porque a Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) trabalha fortemente para que os importados passem a ter a mesma carga tributária alta estabelecida para os fabricantes locais, o que contribuirá para uma concorrência mais justa. Além disso, todos os pneus vendidos no Brasil terão de ser homologados pelo InMetro, atendendo aos padrões de qualidade.”
FÁBRICA DO ABC
Para mostrar um pouco de sua capacidade produtiva no Brasil, a Bridgestone abriu pela primeira vez as portas de sua fábrica de Santo André, a maior delas, para jornalistas. Também fez questão de contar um pouco de sua história, que começou em 1930 e já teve dois importantes marcos: a aquisição em 1988 da marca americana de pneus Firestone, também fabricados por ambas as plantas brasileiras da empresa, e a compra em 2006 das duas plantas de recapagem da Bandag, uma em Campinas (SP) e outra em Mafra (SC).
A unidade do ABC paulista é responsável por todas as etapas fabris de um pneu, desde a mistura da borracha sintética com a natural e mais de 450 componentes químicos, passando pela montagem das estruturas que deixam o componente mais resistente e seguro (como as cintas de fios de aço), até a inspeção final do produto, feita manualmente e também por máquinas de raio-x. Se for reprovado nos testes, o pneu é vendido para reciclagem. Dos aprovados, um lote é encaminhado para o campo de provas da Bridgestone
Os mais de 3 mil funcionários diretos da fábrica paulista produzem em três turnos aproximadamente 20 mil pneus para veículos de passeio e 5 mil para caminhões e ônibus por dia, apesar da capacidade atual da planta ultrapassar 30 mil unidades/dia. A fábrica do ABC exporta para Estados Unidos (principalmente pneus de neve) e América Latina.
Fonte: Automotive Business