segunda-feira, 11 de março de 2013

MERCEDES DECIDE EFETIVAR 484 TEMPORÁRIOS NO ABC


O grupo faz parte de quase 1,5 mil operários reintegrados à fábrica.

A Mercedes-Benz decidiu efetivar 484 operários temporários que estavam com o emprego ameaçado durante a crise da indústria de veículos pesados no ano passado. A partir do mês que vem, esses funcionários passam a trabalhar com contratos válidos por tempo indeterminado, numa iniciativa que segue a reação das vendas de caminhões iniciada em outubro.

Eles fazem parte do grupo de quase 1,5 mil operários reintegrados à fábrica da montadora em São Bernardo do Campo/SP em janeiro, após sete meses afastados da linha de produção. "A avaliação é de que o mercado manterá um crescimento sustentável até o fim do ano. A perspectiva é boa", diz Valter Sanches, diretor de comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ao explicar a manutenção dos trabalhadores.

Números divulgados nesta semana pela Anfavea, a entidade que abriga as montadoras instaladas no país, mostram que a produção de caminhões alcançou 26,6 mil unidades no primeiro bimestre, uma alta de 72,7%. Até o fim do ano, a indústria prevê um crescimento superior a 7% das vendas no segmento. Essa recuperação está sendo puxada por juros subsidiados abaixo da inflação nos financiamentos para bens de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de compras públicas de veículos comerciais.

Em novembro, quando ainda operava com excedente de mão de obra, a Mercedes-Benz chegou a anunciar a dispensa dos funcionários temporários em comunicado interno, mas metalúrgicos da empresa interromperam algumas linhas da fábrica como protesto. Uma saída passou então a ser negociada entre a montadora e o sindicato local, levando a uma renovação dos contratos por mais quatro meses.

Durante 2012, a Mercedes-Benz adotou uma série de medidas para ajustar a produção à queda da demanda, o que, além da suspensão de contratos de trabalho, incluiu licenças remuneradas e diversas paradas na fábrica.

Embora ainda distante do recorde de 2011, a recuperação do mercado levou a montadora a retomar no mês passado o segundo turno de produção de caminhões em São Bernardo. Sanches diz que, superada a ameaça de demissões, o sindicato quer abrir agora uma agenda de negociações sobre o futuro da unidade paulista. O receio é perder produção para a fábrica da Mercedes em Juiz de Fora/MG.

Fonte: Valor Econômico