O grupo faz parte de quase 1,5 mil operários reintegrados à
fábrica.
A Mercedes-Benz decidiu
efetivar 484 operários temporários que estavam com o emprego ameaçado durante a
crise da indústria de veículos pesados no ano passado. A partir do mês que vem,
esses funcionários passam a trabalhar com contratos válidos por tempo
indeterminado, numa iniciativa que segue a reação das vendas de caminhões
iniciada em outubro.
Eles fazem parte do grupo
de quase 1,5 mil operários reintegrados à fábrica da montadora em São Bernardo do
Campo/SP em janeiro, após sete meses afastados da linha de produção. "A
avaliação é de que o mercado manterá um crescimento sustentável até o fim do
ano. A perspectiva é boa", diz Valter Sanches, diretor de comunicação do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ao explicar a manutenção dos trabalhadores.
Números divulgados nesta
semana pela Anfavea, a entidade que abriga as montadoras instaladas no país,
mostram que a produção de caminhões alcançou 26,6 mil unidades no primeiro
bimestre, uma alta de 72,7%. Até o fim do ano, a indústria prevê um crescimento
superior a 7% das vendas no segmento. Essa recuperação está sendo puxada por
juros subsidiados abaixo da inflação nos financiamentos para bens de capital do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de compras
públicas de veículos comerciais.
Em novembro, quando ainda
operava com excedente de mão de obra, a Mercedes-Benz chegou a anunciar a
dispensa dos funcionários temporários em comunicado interno, mas metalúrgicos
da empresa interromperam algumas linhas da fábrica como protesto. Uma saída
passou então a ser negociada entre a montadora e o sindicato local, levando a
uma renovação dos contratos por mais quatro meses.
Durante 2012, a
Mercedes-Benz adotou uma série de medidas para ajustar a produção à queda da
demanda, o que, além da suspensão de contratos de trabalho, incluiu licenças
remuneradas e diversas paradas na fábrica.
Embora ainda distante do
recorde de 2011, a recuperação do mercado levou a montadora a retomar no mês
passado o segundo turno de produção de caminhões em São Bernardo. Sanches
diz que, superada a ameaça de demissões, o sindicato quer abrir agora uma
agenda de negociações sobre o futuro da unidade paulista. O receio é perder
produção para a fábrica da Mercedes em Juiz de Fora/MG.
Fonte: Valor Econômico