Contratos destes colaboradores irão ser encerrados neste
domingo.
A Mercedes-Benz vai prorrogar até 31 de março os contratos
de 484 trabalhadores temporários que venceriam no próximo domingo. Em
contrapartida, os operários vão abrir mão da segunda parcela da PLR
(Participação nos Lucros e Resultados) para seguir por mais quatro meses na
fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Essa foi a solução negociada entre a empresa e o sindicato
local para evitar demissões. Apesar dos primeiros sinais de reação no mercado
de veículos pesados, a fábrica segue operando com excedente de mão de obra. Em
comunicado interno, a montadora chegou a anunciar a dispensa dos trabalhadores
na semana passada e, como protesto, os metalúrgicos interromperam algumas
linhas da fábrica na quarta-feira.
Contudo, nos dias seguintes, Mercedes e sindicalistas, junto
com o Ministério do Trabalho em São Paulo, passaram a discutir uma saída para
evitar, pelo menos temporariamente, o corte de vagas. O acordo foi aprovado
pelos trabalhadores temporários em assembleia realizada na manhã de ontem (13/11).
Eles fazem parte do grupo de 1,5 mil operários que, desde 18
de junho, estão temporariamente dispensados da montadora. Os demais mil
operários, cujos contratos são por tempo indeterminado, seguirão afastados até
31 de janeiro - na segunda prorrogação do período de suspensão dos contratos de
trabalho dentro do regime conhecido como "lay off".
A partir de agora, no entanto, a empresa terá que bancar
sozinha os salários dos trabalhadores afastados, sem poder contar com os
recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que custeavam R$ 1,16 mil do
pagamento. O dinheiro do FAT só pode ser empregado nos cinco primeiros meses de
"lay off ".
Em setembro, a montadora havia anunciado que a suspensão dos
contratos iria até 17 de dezembro, um mês além do que estava previsto
inicialmente. Na mesma época, congelou os salários de todos os funcionários e
anunciou paradas de produção até o fim de janeiro.
Ontem, no anúncio do acordo, tanto a Mercedes-Benz como o
sindicato manifestaram a expectativa de uma reação do mercado no ano que vem
para que os empregos sejam preservados. Neste ano, a produção de caminhões
recua quase 40%.
"Vencemos uma batalha, mas a guerra continua e tem
datas marcadas para novas lutas: em 31 de janeiro e 31 de março", disse,
em nota, o secretário de organização do sindicato, Moisés Selerges Jr.
Fonte: Valor Econômico