sexta-feira, 16 de novembro de 2012

MERCEDES MANTERÁ FUNCIONÁRIOS TEMPORÁRIOS ATÉ MARÇO


Contratos destes colaboradores irão ser encerrados neste domingo.

A Mercedes-Benz vai prorrogar até 31 de março os contratos de 484 trabalhadores temporários que venceriam no próximo domingo. Em contrapartida, os operários vão abrir mão da segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para seguir por mais quatro meses na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Essa foi a solução negociada entre a empresa e o sindicato local para evitar demissões. Apesar dos primeiros sinais de reação no mercado de veículos pesados, a fábrica segue operando com excedente de mão de obra. Em comunicado interno, a montadora chegou a anunciar a dispensa dos trabalhadores na semana passada e, como protesto, os metalúrgicos interromperam algumas linhas da fábrica na quarta-feira.

Contudo, nos dias seguintes, Mercedes e sindicalistas, junto com o Ministério do Trabalho em São Paulo, passaram a discutir uma saída para evitar, pelo menos temporariamente, o corte de vagas. O acordo foi aprovado pelos trabalhadores temporários em assembleia realizada na manhã de ontem (13/11).

Eles fazem parte do grupo de 1,5 mil operários que, desde 18 de junho, estão temporariamente dispensados da montadora. Os demais mil operários, cujos contratos são por tempo indeterminado, seguirão afastados até 31 de janeiro - na segunda prorrogação do período de suspensão dos contratos de trabalho dentro do regime conhecido como "lay off".

A partir de agora, no entanto, a empresa terá que bancar sozinha os salários dos trabalhadores afastados, sem poder contar com os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que custeavam R$ 1,16 mil do pagamento. O dinheiro do FAT só pode ser empregado nos cinco primeiros meses de "lay off ".

Em setembro, a montadora havia anunciado que a suspensão dos contratos iria até 17 de dezembro, um mês além do que estava previsto inicialmente. Na mesma época, congelou os salários de todos os funcionários e anunciou paradas de produção até o fim de janeiro.

Ontem, no anúncio do acordo, tanto a Mercedes-Benz como o sindicato manifestaram a expectativa de uma reação do mercado no ano que vem para que os empregos sejam preservados. Neste ano, a produção de caminhões recua quase 40%.
"Vencemos uma batalha, mas a guerra continua e tem datas marcadas para novas lutas: em 31 de janeiro e 31 de março", disse, em nota, o secretário de organização do sindicato, Moisés Selerges Jr.

Fonte: Valor Econômico