A Mercedes-Benz do Brasil vai analisar, em novembro, a possibilidade de trazer de volta ao trabalho os cerca de 1.500 empregados da fábrica de São Bernardo que estão em layoff (suspensão temporária de contratos). Nessa análise, será levada em conta a reação do mercado de caminhões, segundo o presidente da companhia, Jurgen Ziegler.
Ele acrescenta que muitos clientes que estavam indecisos ou vinham adiando as compras resolveram fechar negócios, em razão dos juros negativos (descontando a inflação). Houve também, segundo ele, companhias que decidiram antecipar aquisições que fariam só em 2013. Por causa da forte procura, desde o dia 21, o banco operou em dois fins de semana até agora. O PSI-Finame corresponde a 65% a 75% do total de financiamentos do BMB.
ACORDO - Acordo feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC com a montadora em setembro estabeleceu que o layoff, que foi iniciado em junho e que se encerraria em 17 de novembro, fosse prorrogado até 17 de dezembro e também fixou a garantia de emprego para todos os 13 mil funcionários da unidade de São Bernardo até 31 de janeiro. Tudo isso em troca do congelamento do reajuste salarial até fevereiro.
Ziegler afirma que a suspensão temporária - em que os trabalhadores recebem recursos provenientes do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e também complemento da empresa, mas têm de passar por cursos de qualificação - é uma ferramenta inovadora, que ainda não havia sido utilizada no segmento de caminhões no País.
NO ANO - O objetivo do acordo foi obter uma saída que evitasse demissões em massa, em meio ao quadro de forte retração no mercado de caminhões. O segmento sentiu, neste ano, o desaquecimento da economia - o que levou à redução do número de fretes e desencorajou investimentos - e também a antecipação de compras ocorrida em 2011. Isso porque os veículos produzidos em 2012 passaram a sair da linha de montagem equipados com tecnologia que segue a norma Proconve 7, menos poluente que a anterior, mas que elevou os preços dos caminhões em cerca de 15%.
Mesmo com a reação do mercado no último trimestre, o executivo da montadora projeta que o mercado do setor terá vendas 21% menores frente a 2011, fechando este ano com 130 mil unidades comercializadas (foram 165 mil no ano passado).
Fonte: Diário do Grande ABC