terça-feira, 9 de julho de 2013

CAMINHÕES: LÍDERES CEDEM TERRENO PARA SUECAS

MAN, Mercedes-Benz e Ford reduzem participação enquanto Scania e Volvo avançam.

As vendas de caminhões voltaram a um patamar mais saudável no primeiro semestre de 2013, depois da difícil transição para a tecnologia Euro 5 no ano passado. O crescimento de 5,1% nos licenciamentos entre janeiro e junho, para 74 mil unidades, não beneficiou todas as fabricantes do setor da mesma forma. Enquanto as primeiras colocadas no ranking de vendas MAN, Mercedes-Benz e Ford perderam mercado, as suecas Scania e Volvo ganharam mais espaço no País. 

A líder MAN, que produz modelos da Volkswagen caminhões e o o extrapesado MAN TGX, abriu mão de 4,3 pontos porcentuais de market share e respondeu por 27,3% do total vendido no período. A empresa emplacou 20,3 mil unidades, 7,5% menos do que o registrado entre janeiro e junho de 2012. Dessa forma, a companhia fica mais perto da principal concorrente, a Mercedes-Benz, segunda colocada no ranking, que teve participação de 25% no período.

Ainda assim, a marca da estrela também enfraqueceu sua presença de mercado no primeiro semestre na comparação com mesmo intervalo de 2012, perdendo 0,8 ponto porcentual. A fabricante, que tem a maior rede de concessionárias do segmento, vendeu 18,5 mil caminhões no período, com evolução de 3,5% sobre o registrado há um ano. 

A Ford também entregou parte de seu market share. A terceira empresa que mais vende caminhões no Brasil perdeu expressivos três pontos porcentuais e ficou com participação de 13,2% entre janeiro e março. Foram emplacados 9,8 mil caminhões da marca, 13,2% menos do que no primeiro semestre do ano passado. 

A companhia se prepara para reverter a curva de queda, com o início da produção do Cargo extrapesado, que chegará ao mercado no segundo semestre. Em 2014 a empresa voltará a fabricar a Série F na planta de São Bernardo do Campo (SP). Para a nova fase, os negócios da divisão também estão sob novo comando. Oswaldo Jardim anunciou sua aposentadoria e passou o bastão ao argentino Guy Rodriguez, então diretor de marketing e vendas da Ford Argentina. 

DEMANDA POR PESADOS PUXA DESEMPENHO DAS SUECAS 

A alta de 33,4% na demanda por caminhões pesados trouxe bons resultados para as suecas Scania e Volvo. As empresas têm atuação forte no segmento, que somou 26,4 mil unidades vendidas no primeiro semestre. A Scania ganhou 6,1 pontos porcentuais de presença no mercado brasileiro, para 13%. A organização vendeu 9,6 mil unidades, volume 103,6% superior ao fraco resultado de um ano atrás. 

A companhia foi uma das mais afetadas pela retração das vendas no ano passado. Enquanto a maior parte das concorrentes fez estoques de veículos Euro 3 para vender com preços mais baixos no início de 2012, a fabricante manteve a produção customizada sob demanda. A estratégia fez com que a empresa fosse a primeira a ser afetada pela queda dos emplacamentos, mas também permitiu que ela se recuperasse antes. Com isso, a marca saltou da sexta para a quarta colocação no ranking de vendas. 

A Volvo manteve a trajetória de crescimento e continuou ganhando mercado. A companhia abocanhou 2,8 pontos de participação, para 12,6%. Foram licenciados 9,3 mil caminhões da marca no período, com alta de 37,1%. Apesar da evolução, a empresa desceu um degrau no ranking e ficou na quinta posição. 

Com volume de vendas quase estável na comparação com o ano passado, a Iveco também caiu uma colocação e ficou em sexto lugar. Foram emplacados 9,3 mil caminhões da marca italiana, que perdeu meio ponto de presença no mercado, respondendo por 7,2% das vendas. Para o segundo semestre, a empresa prepara a chegada do Stralis Hi-Way, extrapesado eleito caminhão do ano no IAA, principal salão de caminhões do mundo, realizado em Hannover no ano passado. A novidade tem potencial para dar fôlego à montadora. 

Na sétima posição está a International, com 279 veículos vendidos no primeiro semestre. Apesar do volume pequeno, ele representa alta importante sobre o resultado do ano passado, com crescimento de 36,7%. A companhia ainda tem participação pouco expressiva no mercado nacional, de 0,4%. A tendência, no entanto, é que isso mude. Em junho a organização inaugurou fábrica própria em Canoas (RS). A unidade começa a operar em ritmo baixo, mas quer sustentar a venda de três a quatro mil caminhões da marca por ano em 2015. 

No caminho contrário a Agrale reduziu suas vendas em 17,6% no primeiro semestre, para 239 unidades. Volume ainda menor do que o da recém-chegada. A empresa nacional teve participação de apenas 0,3%. A Sinotruk também deu um passo para trás e registrou retração de 60,5% nos negócios, vendendo apenas 181 caminhões no País.


Fonte: Automotive Business