No trecho de 600 quilômetros da BR 277, entre Cascavel e o Porto de Paranaguá, passamos por nove praças de pedágio com o nosso Scania 6×4 e a despesa com o pagamento das tarifas atingiu o montante de R$ 406,80. Segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (OCEPAR), é uma das tarifas mais elevadas do país e participa com até 28,8% da formação do preço do frete na região, retirando do produtor rural 5,85% do que ele recebe normalmente por seus produtos. As estradas estão em ótimo estado, mas não há uma justificativa técnica para estes preços, já que poucas novas obras foram feitas nos últimos 15 anos de vigência das concessões.
São preços semelhantes aos cobrados em São Paulo, por exemplo, mas o Paraná só tem 14% de suas rodovias com trechos duplicados nas estradas pedagiadas, enquanto que São Paulo tem 51%. Para a OCEPAR, as tarifas oneram em 7,6% os custos de produção de grãos e, no total, o transporte destes por estradas pedagiadas deixou nada menos que R$ 126 milhões nos cofres das empresas concessionadas no ano de 2010, último dado disponível. A entidade sugere uma auditoria nestes contratos, o não pagamento das tarifas para caminhões que retornam vazios e uma diminuição no preço para o transporte de grãos mas a verdade é que pouco poderá ser feito para modificar estes contratos que somente se encerram dentro de 10 anos, quando haverá uma nova licitação dos trechos.
Fonte: Caminhos da Safra