Um levantamento realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo têm as tarifas médias de pedágio mais altas do País. A pesquisa levantou as tarifas médias do pedágio por trecho de 100 km de rodovias em sete Estados: MG (R$ 6,46), BA (R$ 7,24), PR (R$ 8,68), RS (R$ 9,93), ES (R$ 12,44), SP (R$ 12,76) e RJ (R$ 12,93).
Os valores consideram as tarifas das concessões federais e estaduais, e para os cálculos foram usados dados de órgãos como ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Banco Mundial e a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias). Segundo o estudo, Rio e São Paulo utilizam o valor de outorga como um dos critérios de escolha do vencedor das licitações, o que eleva a tarifa de pedágio. "Ao incluir no edital a cláusula de valor de outorga de concessão, o Estado imputa mais um ônus financeiro para o usuário que, além de pagar pela recuperação e manutenção da rodovia, tem de desembolsar um recurso adicional que será transferido para o Estado", afirma a pesquisa.
Segundo a análise, somente cinco trechos de rodovias concedidos à iniciativa privada até 1997 tiveram aumentos de pedágio mais que o dobro da inflação. A maior variação coube ao trecho da BR-116 no Rio. Em setembro de 1996 a tarifa era de R$ 2,38, mas passou para R$ 9,70 no ano passado. Em 15 anos, o crescimento da tarifa foi de 168% acima da inflação.
De acordo com o Ipea, o aumento é explicado porque na primeira etapa de concessões (1995-1997) o risco-país e a taxa de juros eram bem mais altos do que hoje, além de faltar experiência em relação à concessão de estradas. Esses fatores fizeram com que as tarifas partissem de patamares mais elevados. Assim, em 2011 as tarifa médias das estradas da primeira etapa ficaram em R$ 9,86 por trecho de 100 km. Já nas rodovias da segunda etapa de concessões, o preço foi de R$ 2,96 por trecho.
Fonte: Folha.com