Metade vai para fábrica de Campinas com foco na produção de
pneus verdes.
Pela primeira vez após anunciar em novembro do ano passado
seu novo ciclo de investimento global
de € 1,6 bilhão para os próximos quatro anos, a Pirelli divulga parte dos detalhes do plano
para a subsidiária brasileira: dos 26% do total do aporte que são previstos
para a região da América do Sul, o País receberá a totalidade, equivalente a R$
1 bilhão, entre 2014 e 2018, sendo que metade deste valor será injetada em uma
das cinco fábricas que a companhia mantém por aqui, localizada em Campinas
(SP), responsável pela produção de pneus para o segmento de veículos leves
(automóveis e SUVs).
O aporte contemplará a renovação de máquinas e equipamentos, que tem como foco o aumento da produção de pneus verdes, que têm menor resistência ao rolamento e aumentam a economia de combustível. O plano foi apresentado pelo presidente da empresa na América Latina, Paolo Dal Pino, ao prefeito de Campinas, Jonas Donizette, durante sua visita à fábrica na manhã da terça-feira, 25.
“Queremos realizar um grande plano de inovação de toda a planta para produzir pneus de última geração, que permitam menor consumo de gasolina, redução do impacto no meio ambiente e o aprimoramento da prestação do nosso produto”, disse Dal Pino.
No Brasil, a Pirelli mantém outras quatro unidades produtivas além de Campinas: Santo André e Sumaré (SP), Gravataí (RS) e Feira de Santana (BA). Mas a empresa não detalhou como e quais unidades receberão os outros R$ 500 milhões do programa de investimentos.
A decisão da companhia em aumentar a produção do pneu verde no Brasil foi impulsionada pelo Inovar-Auto, que entre outras determinações, exige a redução de consumo até 2017 para os veículos produzidos no Brasil. O pneu verde é considerado um dos principais instrumentos para que as montadoras atinjam o nível exigido pelo novo regime automotivo. O produto, que leva sílica em substituição ao negro de fumo em sua composição, ajuda a reduzir significativamente o atrito ao rolamento: como consequência, reduz o consumo de combustível e, portanto, a emissão de CO2, sem que isso prejudique a aderência e a segurança.
Inaugurada na década de 1960, a planta de Campinas, que atualmente tem capacidade para produzir 10 milhões de pneus por ano, fabricará os produtos da linha Green Performance, lançada no País em 2011 e que deve expandir seu portfólio com novos tamanhos de pneus para atender os diferentes modelos de veículos das montadoras para as quais a Pirelli já fornece.
CICLO RENOVADO
Antes desse novo aporte, a Pirelli havia investido US$ 300 milhões em suas unidades brasileiras entre 2008 e 2011, para o aumento de produção em 20% de pneus para automóveis e motocicletas, além de aplicações em pesquisa e desenvolvimento e incremento da capacidade produtiva.
Ao fim deste ciclo, a região da América Latina foi contemplada novamente com aporte de US$ 1 bilhão para o período 2012-2015, que incluiu investimento em sua primeira fábrica no México (US$ 300 milhões) e uma nova planta na Argentina (US$ 300 milhões), para a produção de pneus radiais de caminhões.
Atualmente, a América Latina contribui com 35% do faturamento mundial da Pirelli e está previsto crescimento médio anual de 3% dessa contribuição até 2017. O Brasil responde por 90% dos negócios da companhia na região.
Fonte: Automotive Business